Por Fora bela viola, por dentro pão bolorento
Até que ponto a Hipocrisia tem feito parte da nossa vida?
EVANGELHO DE CRISTO
Mrs. Carvalho
10/15/20256 min ler


A hipocrisia é o cadáver da religião; ela cheira mal aos narizes de Deus e de todos os homens santos. (Charles H. Spurgeon).
A hipocrisia significa, segundo o dicionário formal, é um "Ato ou efeito de fingir, de dissimular sua verdadeira personalidade, intenções ou sentimentos, em geral motivado pela busca de alcançar a realização de vantagens pessoais ou por medo de assumir a sua real identidade, expressando seus mais autênticos sentimentos; dissimulação, falsidade, fingimento; Caráter ou atributo daquilo que é falta de verdade ou de sinceridade; embuste, insinceridade." (Fonte: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portugues/busca/portugues-brasileiro/hipocrisia). Teologicamente falando, o significado teológico, hipocrisia é o "ato de fingir ser algo que não se é, praticando falsidade e vivendo com contradições entre o que se ensina e o que se faz".
Sendo assim, a hipocrisia leva o indivíduo a um estado de fingimento, que ele nunca vai mostrar o seu verdadeiro lado, mesmo que seja tão vil e perverso. Em uma certa feita, Jesus condenou a conduta dos fariseus e mestres da lei por tal comportamento, pois estavam trajando vestes de pureza, santidade e piedade, mas em seus corações estavam bem longe disso. Jesus teve seu famoso discurso dos: "Ai de vós, escribas e fariseus...", e o resto, acredito que você, meu caro leitor, já saiba; mas vamos pegar um versículo específico que é o texto-chave para nos aprofundar nesse estudo, que fica localizado em Mateus 23.27 que diz:
“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície." (Mateus 23.27 - NVI).
Então, vamos pensar em nossos dias, como seria isso:
Aqui Jesus falou de uma conduta que vai contra a lei moral de Deus, por trás dessa conduta dúbia há fingimento, mentira, engano, pois a pessoa quer aparentar aquilo que não é, veste uma máscara, para manter o status quo social, para que ela possa até se gabar e falar: "eu sou uma referência!" ou até diga: "faça como estou falando!", colocando regras e práticas que muitas das vezes ela não vive e nem sequer pratica.
No grego original, a palavra "Hipocrisia" ficaria "hypokrisis", que se referia ao "desempenho de um papel" por atores de teatro. O "hipócrita" era o ator que fingia ser outra pessoa, ou seja, a pessoa está atuando para fingir um papel que não é ela de verdade, e isso nos faz pensar o seguinte: quantas pessoas estão vivendo assim, "encenando" um personagem seja na vida pessoal, seja no ambiente de trabalho ou até mesmo no meio de amigos e familiares?
Olhando por essa ótica, quantas pessoas que alcançam um poder aquisitivo alto e, consequentemente, têm relevância no meio delas, mas ela se sente como se sempre ela tivesse que se vestir de um personagem que não é ela? Pior quando levamos isso para o meio cristão, e percebemos tantos líderes que caem nessa contradição de falar algo, mas sua conduta não chega nem perto daquilo que ela ensina. É muito triste porque em qualquer meio que isso ocorra pessoas são feridas nesse processo, pessoas são desvirtuadas, e enquanto isso esses "hypokrisis" andam por aí achando que são inatingíveis, que podem viver como quiser sem nenhum pudor, inconsequentes, achando que fazem isso e não terão consequências? Mas o Altíssimo trará a Juízo tudo isso (Eclesiastes 12.14).
Podemos fazer outras análises, como no meio dos poderosos, de como eles agem querendo manter as aparências, mas em suas famílias e lares as coisas têm entrado em colapso, mas tudo pela engenharia social, tudo pelo status quo, tudo para mostrar um "Alice no país das maravilhas" no mundo real e para todos verem, mas depois que as luzes apagam, não tem nenhuma platéia, o que sobra é só o quê? Um vazio, uma sensação de: Quero sair dessa persona*, queria ser eu de fato! Mas pelo bem-estar dela própria de manter as aparências, não mede esforços para manter a atuação brilhante!
Quando levamos para o meio eclesiástico o diagnóstico dessa doença chamada hipocrisia, segue em escalas assombrosas, onde alguém é medido pelo cargo que tem, como fala, como tem uma igreja grande, ou ministério grande, aí vira balbúrdia de querer o cargo x, de querer fazer determinadas funções, onde ela se tornará o centro das atenções, mas isso virá um problema bem maior que a própria hipocrisia, que depois será tema para outro estudo. Ela começa a performar, encenar, e como um abismo chama outro (Salmos 42.7) a pessoa é tentada a sempre manter as expectativas dos seus observadores, mantendo uma postura de que aquilo que veêm é verdade, mas quando vai fazer o prognóstico, descobre o seguinte: saiu do primeiro amor, saiu da essência, pior quando isso acontece com a vítima de um "Hypokrisis", e o indivíduo-vítima se torna alguém frio, distante, amargurado, longe da essência, e esquecendo de olhar para o galardoador dela (Hebreus 11.6), por conta de ter sido vítima de alguém que nunca se pareceu com Jesus.
Mas esse assunto é um campo minado onde todos são vítimas, e há um culpado: O coração humano já inclinado ao pecado! E nesse campo minado podemos muitas vezes atingir alguém com nossa hipocrisia, ou alguém nos atingir brutalmente da mesma forma, mas podemos dizer com certeza: Mesmo que sejamos inclinados a pecar, temos ciência da lei moral de Deus, estamos inteirados do que Jesus disse sobre a hipocrisia, mas calma, nem tudo está perdido. Jesus condenou os fariseus pela hipocrisia, e ainda avisou os seus discípulos:
"Disse-lhes Jesus: “Estejam atentos e tenham cuidado com o fermento dos fariseus e dos saduceus”." (Mateus 16.6 - NVI)
O fermento leveda toda a massa, não é mesmo? Assim acontece quem cai no "canto da sereia" da hipocrisia. Muitos de nós temos cedido espaço pouco a pouco, e nem estamos dando conta que somos os mais hipócritas de todos os homens, como diz o ditado: "Por fora bela viola, por dentro pão bolorento". Por várias vezes lemos a passagem dos Fariseus, onde Jesus fala seus famosos "ais", e pensamos: "Tá vendo, os religiosos daquela época eram hipócritas, como os de hoje também!" mas eu te pergunto: Quantos de nós não temos sido como eles diante de Deus? Diz que ama e serve a Deus, vai nos cultos da igreja, mas o coração está tão frio e distante, o louvor nosso que deveria chegar aos céus nem passa do teto sobre nossas cabeças, o momento da palavra parece que virou algo banal, irreverente, que até conversamos na hora do culto, nas atividades da igreja nos envolvemos não por amor à obra de Deus, mas porque o líder pediu, o pastor pediu, não tem emoção, entusiasmo. Tudo virou parte da nossa máscara social, e nessa, meu amigo, nem podemos dizer que somos diferente de um ímpio, pois o mesmo ainda fazendo usando máscara e com muita falsidade e hipocrisia, ainda tem ambição, tem objetivos, e nós que dizemos que somos daqueles que vão morar no céu de glória prometido por Jesus, não fazemos nada por termos o objetivo de ganhar almas, de ajudar o próximo, nada! Simplesmente vamos para o culto sentamos na cadeira, e nem nos preocupamos com o próximo, com o reino de Deus, com o missionário que está sendo perseguido num país fora do nosso, na frieza geral tomando conta, e... Parabéns, Todos somos "hypokrisis", vestimos nossas máscaras, para esconder o quão pequenos, miseráveis e carentes da Graça de Deus somos, por não levar Deus tão a sério!
Consequentemente, a engenharia social trabalhada no sistema do mundo, infelizmente, está pegando em nós como se fosse sujeira entrando nas brechas, não percebemos até perceber o acúmulo do pó.
Percebe que todos nós em algum momento vestimos a máscara do "hypokrisis" e nem nos importamos, sendo Cristão ou não?
Que essa reflexão nos ensine que somos alvos da Graça de Deus, não porque merecemos, porém por sermos tão vis e perversos, precisamos de Jesus para nos libertar de nós mesmos, para termos uma vida de temor, santidade, verdade e sinceridade no Espírito.
Saiba que este texto não é para apontar o dedo para ninguém, mas uma reflexão de que precisamos ser mais verdadeiros e sinceros, e que nada nos impede de se achegar à Graça de Deus, aliás, essa mesma quer te transformar, você aceita?
*Persona: Termo que é do latim.
psicologia: na teoria de C.G. Jung, personalidade que o indivíduo apresenta aos outros como real, mas que, na verdade, é uma variante às vezes muito diferente da verdadeira.
2.Literatura e artes: personagem literário em que o autor se encarna.
3.Atuação e dramartugia: imagem com que uma pessoa se apresenta em público.
